Paisagista

"2022 é um momento decisivo – um ano de mudanças", disse Maximilian Hardegg, que está convencido disso. "A guerra na Ucrânia questiona nossa ordem mundial. Ela implacavelmente nos mostra as fraquezas e as dependências do nosso sistema econômico, especialmente em relação aos alimentos. Ainda antes da guerra, os mercados mundiais estavam muito tensos em relação a muitos produtos agrícolas. Ao mesmo tempo, os preços dos fertilizantes aumentaram rapidamente. Os problemas com transporte e os aumentos dos custos exerceram enorme pressão sobre os mercados. Tudo isso causou insegurança entre os fazendeiros – os fatores climáticos e o clima, especialmente o risco de secas, também são um problema importante. Considerando-se que 30% da quantidade mundial de trigo vem da Rússia e da Ucrânia sozinhas e que há o risco de que essa quantidade não esteja disponível, não fica claro para quanto subirão os preços do mercado mundial. É por isso que temo que logo haverá novos pontos problemáticos na África e no Oriente Médio. Chegou a hora de nós, fazendeiros, podermos provar que conseguimos influenciar a situação de maneira positiva. Podemos tornar nossa produção mais eficiente, manipular recursos com mais cuidado, confiar mais na gestão da rotação e reciclagem e, assim, aumentar os rendimentos. Mas ainda temos que prestar atenção à natureza e à biodiversidade."

Há dois anos, Christoph Hoß administra a fazenda agrícola em Gut Hardegg. Antes, ele trabalhou em várias outras fazendas grandes na Europa Central e Oriental. A exigência do chefe dele é clara: combinar agricultura moderna, de ponta, com problemas ambientais. É por isso que agora muitas coisas estão reorganizadas. Um exemplo é o uso do método de deslocamento na semeadura. "Há dois motivos", explica o administrador da fazenda. "Como incentivamos a formação de capilares para as culturas de outono, economizamos água. Em nosso clima continental, a seca já é um grande problema, mas se tornará ainda mais importante no futuro. Agora estamos irrigando cerca de 1.000 hectares da nossa terra. É uma medida específica nas condições de redução de rendimento para ajudar a enfrentar esse momento de estresse e impedir uma maturação precoce. O segundo motivo é um trabalho com processo eficiente. Ainda em agosto, podemos preparar os campos para semeadura. E se o cultivo já tiver sido concluído anteriormente, dois funcionários podem semear sem estresse com a HORSCH Serto. Além disso, com uma largura de operação de 10 m, podemos aumentar a produção para 200 hectares por dia. E: A qualidade do posicionamento também é melhor. Problemas iniciais com relação à SectionControl e à pressão do disco sulcador foram resolvidos rapidamente. Agora o desempenho é excelente!
A densidade da semeadura sempre é uma questão de convicção. Há opiniões diferentes que variam de 150 a 350 grãos por m2. Eu prefiro uma amostragem compacta desde o início que na primavera já ofereça uma determinada proteção. Quanto menos plantas houver por m2, menos elas poderão proteger uma à outra. Estamos realizando testes internos para confirmar essa suposição."

Novo pulverizador

A logística é outro tópico importante. Quantidades enormes são movidas não apenas durante a colheita, mas também para medidas de cuidados com a fertilização e a cultura. "Estamos pensando em introduzir o Sistema Shuttle", disse Christoph Hoß. "A carreta, mas especialmente o pulverizador de cultura e também o tanque de esterco líquido como veículos de transporte, não podem transitar em rodovias. Para nós, haverá uma mudança no setor de proteção de plantas porque estamos só aguardando a entrega de um pulverizador de autopropulsão HORSCH Leeb 6.300 VN e um HORSCH Shuttle 8 000 L. Esse é um investimento importante, pois a proteção das plantas é uma das nossas principais competências. O plano é fazer com que o pulverizador funcione em dois turnos das 4h às 21h. Ele seria, então, utilizado em sua capacidade total. A equipe, naturalmente, precisa cooperar bem. O objetivo é fazer 240 hectares por dia. Em relação às nossas culturas variadas, considero muito importante ter um bom sistema de limpeza. Pode ser que o pulverizador tenha que deixar o milho para ir para as batatas em pouco tempo. Além do mais, trabalhamos com AHL e, claro, o HORSCH Leeb será utilizado para isso também."
Alguns fatos sobre o ramo de criação de suínos de Gut Hardegg. Embora não seja administrado por Christoph Hoß, ele ainda é uma interface importante. Para 1/3 dos rendimentos alcançados por 300 hectares de cevada e 350 hectares de milho, é necessário alimentar o porcos, entre eles 1.100 porcas. A fazenda é uma reconhecida empresa de reprodução e cria aproximadamente 25.000 leitões para engorda, que são parcialmente alimentados até o abate nos 6.500 locais próprios de engorda. "A criação de suínos se encaixa perfeitamente em nossa fazenda. Eu, particularmente, tenho orgulho do fato de que já há 20 anos, começamos a contar com uma criação de porcas em grupos adequada à espécie", disse Maximilian Hardegg. "O cultivo dos campos e a viticultura se beneficiaram muito do efeito da fertilização orgânica. No campo, também utilizamos esterco líquido separado, mas o melhor efeito é alcançado ao incorporá-lo diretamente ao solo. Para nosso ramo de viticultura, utilizamos palha e esterco líquido para produzir um composto de alta qualidade que é ideal para incentivar a formação de húmus. Além disso, criação de porcos aumenta o valor agregado de toda a fazenda em alguns por cento."

Um tour pela fazenda mostra uma imagem rara: De um ponto de vista agronômico, tudo está perfeito. As amostragens parecem boas e são regulares. Mas ainda há espaço suficiente para a natureza. E o ponto mais importante é: não há "medidas simbólicas" solitárias. Os biótopos são vinculados uns aos outros, o que aumenta ainda mais o efeito por causa do tamanho da fazenda. O caçador está feliz com a grande amostragem de faisões que não se deve à liberação dos animais no ambiente natural – a amostragem é totalmente natural. Maximilian Hardegg está ainda mais orgulhoso dos pássaros cantando: "Alguns anos atrás, contamos mais de 70 espécies diferentes em três dias. Esta é uma prova incontestável de que nosso conceito funciona. No momento, estamos trabalhando em um projeto científico sobre a pomba-rola (Streptopelia turtur). Ela é a "patrona" de diversas outras espécies de pássaros. Durante os últimos 20 a 30 anos, as amostragens, especialmente na Alemanha, Áustria e Grã-Bretanha, diminuíram muito: uma redução de 90%. Na Áustria, há apenas 10.000 pares de reprodutores. 200 deles podem ser encontrados em Gut Hardegg. E temos muito orgulho disso. Dessa forma, podemos contribuir ativamente para a conservação da vida selvagem. O próximo projeto será implantar transmissores nos animais para acompanhá-los em sua viagem para o sul."
Com todos esses esforços: Por que não agricultura orgânica? A opinião de Maximilian Hardegg é clara: "Nossa fazenda deve contribuir com a alimentação das pessoas. É por isso que não queremos abrir mão dos rendimentos. Além do mais, eu, como fazendeiro, gosto de aproveitar ao máximo nossos escassos recursos, especialmente em relação às chuvas. A agricultura orgânica não oferece nenhuma vantagem para o trabalho que fazemos, nem mesmo no mercado. Nossa proposta de valor é a biodiversidade. Na minha opinião, isso claramente está acima da questão "orgânico – não orgânico". E a biodiversidade está claramente visível nos produtos de Gut Hardegg. Nós estamos consolidados, por exemplo, devido a vários vinhos e às variedades de farinhas, bem como do mel de nossas próprias colmeias. Ainda há potencial para Gut Hardegg, uma vez que a demanda da sociedade por uma natureza intacta cresce constantemente."