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Seminário 2019 da HORSCH

Verificação de lucro

„A digitalização não vale a pena na agricultura arável. “Essa declaração de Michael Horsch foi citada na edição online de uma grande revista de agricultura A citação não estava completamente errada, mas muito resumida. No seminário de 20119 da HORSCH, cientistas e especialistas práticos falaram sobre as suas experiências relacionadas a esse tópico.

Casa esgotada em Sitzenhof. Todos os lugares foram ocupados nas áreas de treinamento e exibição de um total de 1.100 m2. Pela primeira vez, os ingressos só puderam ser adquiridos online - um sistema que provou ser eficaz. Michael Braun do departamento de marketing da HORSCH apresentou o programa.. Apesar de os palestrantes terem lidado com a digitalização em um sentido mais amplo, o dia começou com um tópico agronômico.

Alcance maior em culturas temporárias

Dr. Wilfried Hartl, diretor do instituto de Pesquisas Biológicas da Áustria, tem realizado pesquisas no campo da agricultura orgânica sem rebanho desde 1979. Seu foco é em ciclos, disponibilidade de nutrientes e biodiversidade baseado na pergunta: "Como nós podemos fertilizar de maneira precisa na agricultura orgânica?"  Ele explicou: "Na agricultura orgânica, nós fertlizamos através do solo. As plantas desenvolveram artifícios inteligentes para viver fora do solo." Três tipos de organismos influenciam a nutrição: produtores (de CO2 e O2), consumidores (animais, humanos) e decompositores (animais de solo, fungos, bactérias). De acordo com o Dr Wilfried Hartl, essa é a base para se entender a agricultura orgânica.

Isso significa que: Se você possui esterco, fica fácil praticar a agricultura orgânica. Mas e os estabelecimentos agrícolas sem rebanho? "Após dois ou três anos sem esterco, os rendimentos foram reduzidos em dois terços, uma vez que não há fonte de energia para o solo", diz o cientista. Se você não possui um rebanho, que animais podem suprir a energia necessária?  "Animais de solo são a chave para o sucesso", diz o Dr Wilfried Hartl. Já existem muitas unidades de animais de nematódeos, minhocas e outros dentro do solo.  "Se você considerar animais de solo como rebanho e você os alimentar corretamente, você poderá praticar agricultura orgânica sem rebanho".
Em 1983, testes com compostagem de alimentos começaram a ser realizados na Áustria. O resultado: Devido ao composto, uma grande quantidade de carbono entra no solo como "húmus permanente". Mas como nós podemos adicionar mais húmus ao solo - por meio de culturas temporárias? Definitivamente sim, diz o Dr Hartl. As culturas temporárias fornecem nutrientes e carbono. Mas, especialmente em sua terra natal, no sudeste da Áustria, é muito seco e, sendo assim, o cultivo de culturas temporárias é difícil mas não impossível. O tipo correto de preparo é um passo importante e traz mais efeitos positivos. Porém, especialistas avisam: "Trabalhar sem um arado não significa necessariamente o enriquecimento do húmus!"
O volume de porosidade de 40 a 60% é muito importante, pois é onde os animais de solo e as raízes vivem. A continuidade de porosidade é importante para, por exemplo, evitar inundações. A água morta, no entanto, deverá ser evitada, pois as plantas não conseguem alcançá-la com os pêlos de suas raízes. Poros de dimensão média possuem a maior capacidade de retenção de água, o que é particularmente distinto de solos de loess. Solos argilosos, no entanto, possuem um volume de porosidade de 60%, porém até 40% dos poros são enchidos com água morta. Uma vez que não há máquinas que aumentem a porosidade dos solos, as raízes das plantas com organismos de solos precisam preencher. Por meio da cobertura verde, há mais raízes no solo. O Dr. Wilfried Hartl recomenda a cobertura verde sem legumes, se possível, para evitar a criação de pressão de infecção. Uma parte de 20%, no entanto, ainda é ok (a escolha depende do local).
Especialmente em zonas áridas, as culturas temporárias devem ser plantadas diretamente após a colheita para evitar maior perda de água. Todos os segundos são importantes. Se a cobertura verde for plantada tardiamente (as plantas ainda não foram muito desenvolvidas) o índice de C/N será baixo (abaixo de 10), então os nutrientes não estarão disponíveis tão rapidamente quanto com adubo líquido. O índice de C/N da Facélia, no entato, é acima de 60. Isso é bom para húmus permanente, mas ruim para húmus de nutrientes rapidamente disponíveis. O especialista explica: "O agricultor precisa pensar cuidadosamente: Qual é o objetivo da minha cobertura verde?" Seu resumo é: Se as raízes puderem crescer sem a compactação do arado, o agricultor fez um bom trabalho!

Impulsos para a digitização

Michael Horsch, diretor da HORSCH Maschinen GmbH, falou sobre os atuais desafios no setor agrícola. Em novembro de 2017, a discussão sobre o banimento do glifosato começou. Ele destacou que no cereal matinal, há mais resíduos de fungicidas, inseticidas e reguladores de crescimento do que o glifosato. O herbicida penetra no alimento por dessecação, um fato que Michael Horsch considera ser altamente importante. Ele explicou que uma agricultura sem glifosato resultará em uma agricultura com mais ferro. Ele está preparado para caso o glifosato seja banido. "A emissão de CO2 será maior, pois haverá mais passagens, e o preparo será aumentado. Um banimento seria um passo para trás para a agricultura moderna", enfatiza Michael Horsch. Ele espera que haja um acordo na Europa.
O próximo desafio ocorreu em dezembro de 2018, quando a Ministra Federal de Agricultura Julia Klöckner exigiu 20% menos açúcar e gordura nos alimentos, além disso, ela quer abolir o óleo de palma gradativamente. Em fevereiro de 2019, a Südzucker fechou cinco fábricas. No entanto, na opinião de Michael Horsch, o manuseio consciente de alimentos é algo positivo. Também, em fevereiro de 2019, a DLG (sociedade agrícola alemã) declarou que os limites de um simples progresso técnico foram alcançados. "O crescimento incontrolado entre os engenheiros precisa ser reduzido. Mais sensores não significam automaticamente um sucesso maior", comenta o diretor gerente da HORSCH.

O (bem-sucedido) referendo contra a mortalidade de abelhas também ocorreu em fevereiro de 2019. Os iniciadores exigiram: 10 % de faixas de flores e 30 % de agricultura orgânica. „Interessantemente, mais artigos neutros sobre esse tópico são publicados atualmente“, observa Michael Horsch. Como um exemplo positivo, ele menciona que www.bluetenkorn.de recebe feedback positivo apesar do uso de pulverizadores. A cada 30 metros, o agricultor plantou faixas de flores no trigo que ele não é tratado com agentes químicos. Michael Horsch desafiou o público: "Todos nós precisamos ser um porta-voz que sai, entra em contato com os vizinhos e se envolve em discussões." A agricultura chegou a um ponto em que muitos agentes químicos e muitas máquinas pesadas são utilizadas.

Mais sensores não significam automaticamente um sucesso maior

Ele disse ao público que a família HORSCH tem trabalhado em Sitzenhof por 50 anos - e 50 anos sem utilizar um arado. 40 anos atrás, um teste de três campos do governo (sem preparo, cultivador, arado) foi implementado em Sitzenhof. O resultado: Se você olhar para o solo superficial, comparado com campos sem preparo, há 1/4 de minhocas no campo arado e 1/2 de minhocas no campo cultivado. No passado, muitas pessoas riam da família HORSCH. No entanto, ela nunca deixou de lado a sua idéia de um solo saudável. "Toda a família acreditava na idéia e na visão que ela proporcionava", explica Michael Horsch. O foco sempre foi em: A condição do solo é boa o bastante para ser utilizado por mais dois anos? O básico é um solo saudável, depois, seres humanos saudáveis. "No momento, temos que pensar sobre rotações e culturas futuras", diz Michael Horsch. "Geração de Alimentos Baseados em Plantas" é uma nova tendência a qual nossos colegas profissionais têm se sensibilizado. Além disso, os agricultores não podem se esquecer da abordagem de "agricultura híbrida" (uma mistura de agricultura convencional e orgânica). O rápido crescimento de estabelecimentos agrícolas orgânicos aumentará de forma dramática a oferta por produtos orgânicos. "Os preços por produtos orgânicos provavelmente irão abaixar e isso irá afetar principalmente os menores estabelecimentos. A atual estratégia política irá resultar na destruição de estabelecimentos agrícolas orgânicos familiares", diz Michael Horsch.
Em relação ao tópico de digitalização, ele explica: "Quando todo mundo quer muito ter algo, a "moda" geralmente já chegou ao fim. Não é aceitável que a digitalização seja considerada a única solução contra as boas práticas profissionais!" 25 anos atrás, os primeiros mapas de rendimento foram criados com colheitadeiras. Devido à todas essas ferramentas de gerenciamento de estabelecimentos agrícolas, as expectativas dos clientes aumentaram e as empresas lucraram com isso. Já existem tantas ferramentas no mercado para a famosa "Agricultura de Precisão" que Michael Horsch já não vê mais potencial nesse setor. Um novo conceito é "Agricultura de Prescrição", por exemplo, agricultura baseada em uma prescrição. Por trás disso, está a idéia de que agricultores não serão mais necessários a longo prazo e que boas práticas profissionais não serão mais exigidas. "Isso não é aceitável", enfatiza Michael Horsch. O que poderá acontecer é que os agricultores poderão se cansar da grande quantidade de regulações. Sendo assim, a Agricultura de Precisão se tornaria necessária para garantir que haja alimentos o suficiente. 
"Análises regulares de estabelecimentos agrícolas ao redor do mundo mostram que esses agricultores ganham a maior parte dos lucros e tem os menores computadores" provoca Michael Horsch. "Porém, se o gerente do estabelecimento agrícola gasta a maior parte do seu tempo no escritório por causa da digitalização, ele estará desperdiçando um rendimento líquido de 500€.". Ele ainda diz: "Os agricultores que conseguem o melhor rendimento líquido estão nos campos e tomam suas decisões lá. Eles ganham seu dinheiro nos campos." É irracional prender esses gerentes de estabelecimentos agrícolas em escritórios. O contrário se aplica à pecuária: nesse caso, a digitalização ajuda o agricultor a  monitorar seus animais sem eles serem perturbados.
Mas por que nós precisamos da digitalização? De acordo com Michael Horsch, as interfaces uniformes em um idioma (não somente entre os fabricantes, mas também com o governo) são essenciais. O consumidor quer 100 % de rastreabilidade (o "agricultor invisível") de seus alimentos. Para: Se os rendimentos na Europa são cada vez menores, uma crescente parte dos alimentos virão do exterior, com menos regulações. Uma transparência total poderá colocar pressão no governo para que ele mostre como nós produzimos na Alemanha; isso poderá ter um efeito potencializador. "Agricultores deverão lidar de maneira ativa e positiva com a digitalização", demanda Michael Horsch. Isso também inclui a automação de certos processos de trabalho. "Um dia, os robôs serão a cereja do bolo", o diretor gerente explica e diz ainda: "Será muito mais fácil utilizar direção automática nos campos do que nas estradas. No entanto, há ainda um longo caminho político para se conseguir claridade e certeza legal."

Otimização do processo

O Dr. Patrick Ole Noack, professor de tecnologia de sistema de agricultura da universidade de Weihenstephan-Triesdorf, tem uma opinião parecida: „A Digitalização não faz mágica, mas pode otimizar processos“, ele destacou já no começo do seu discurso „Digititalização – Muito para ser mostrado– O que está por trás de tudo isso?“ O professor possui muita experiência nesse tópico. Após seus estudos de ciências agrícolas na Universidade Técnica e Munique, ele, entre 1997 e 2014 trabalhou para a empresa Geo-Konzept em Adelschlag (Bavária) que fornece sistemas de direção baseado em GPS individual e independente do fabricante, assim como dados de correção de RTK para clientes de agricultura e silvicultura.

Agricultura de Precisão, Agricultura Smart, Agricultura Digital, Agricultura 4.0 - O que tudo isso significa? " Todos esses termos tem mais ou menos o mesmo significado", diz o Dr Patrick Ole Noack. "As tecnologias básicas por trás deles são sistemas de sensores e telemetria, CAN-BUS e ferramentas para a preparação de dados. Mas como todas as ferramentas, elas não servem para todos os propósitos, elas precisam de manutenção, é preciso prática e experiência - mas, primeiro e mais importante, elas não podem fazer o trabalho sozinhas." Em relação à engenharia mecânica alguns limites foram alcançados. As dimensões externas das máquinas, a carga por eixo, a pressão do solo, a precisão de distribuição de semente, fertilizante mineral e palha - maior eficiência gerado pelo crescimento é pouco possível. "Mas o homem também tem seus limites", diz o Dr Patrick Ole Noack. "Do ponto de vista técnico, ele somente dispõe de uma capacidade limitada de estocagem, um processamento paralelo limitado, um índice de amostragem limitado e uma objetividade limitada. Um outro desafio é que a terra arável é continuamente perdida e que está faltando empregados no setor de agricultura. Devido à mudança estrutural, os estabelecimentos agrícolas se tornaram cada vez maiores, mas os funcionários terceirizados geralmente tem menos conhecimento sobre os campos. Nesse caso, a agricultura de precisão pode ajudar, mas somente com sugestões."
Um dos maiores desafios, de acordo com o professor, é a carga de nitrogênio das águas subterrâneas. Ele perguntou: "De onde nós realmente viemos?" Anteriormente, o registro de rendimento era realizado visualmente, o fertilizante era medido pelas mãos do agricultor. O Prof. Dr. Hermann Auernhammer percebeu que essa habilidade será perdida devido à mudança estrutural. A idéia era de fertilizar menos nesses pontos onde crescem menos plantas. Em contrapartida, alguns cultivadores de plantas acham que esses pontos precisam de mais fertilizados...
De acordo com o Dr. Patrick Ole Noack, o Dr. Hermann Auernhammer é um dos pioneiros no setor de Agricultura de Precisão. Registro automático de dados, tecnologia de terreno, gerenciamento de parque de maquinário e robóticas do campo poderão, então, melhorar o estabelecimento agrícola, população, maquinário e gerenciamento de trabalho. Na agricultura, há uma grande variedade de diferentes fatores, por exemplo, planta, solo ou clima o que faz com que a digitalização seja mais dificultosa do que em outros setores. No entanto, nós já contamos com uma experiência de dez anos. Apesar de a opinião geral de que a Agricultura de Precisão era um desperdício desnecessário de dinheiro, isso rapidamente mudou quando os benefícios se tornaram aparentes.

O Dr. Patrick Ole Noack examinou várias seções de Agricultura de Precisão:

  • Sistemas de direção automáticos: Aproximadamente 20 anos atrás, os primeiros sistemas de direção paralela foram lançados - naquela época, ainda com lightbars, seguido de sistemas de direção automáticos. As soluções de retrofit funcionavam com uma roda de fricção no volante original. Logo se tornou óbvio que essas soluções são muito interessantes do ponto de vista econômico, uma vez que o aumento de eficiência foi considerável.
  • ISOBUS: é a base de muitas funções da Agricultura de Precisão. A norma DIN ISO 11783, por exemplo, regula o uso conjunto dos terminais.
  • TIM: significa Tractor Implement Management, ou Gerenciamento de Implemento de Trator. Os sensores na ferramenta registram de maneira contínua vários parâmetros, por meio dos pedidos do ISOBUS que são transferidos para o trator. O implemento instalado dirige o trator virtualmente. Esse sistema é adequado para produção em série, no entanto, questões normativas de responsabilidade ainda impedem o seu lançamento.

"Enquanto que antigamente esses sistemas custavam um valor de cinco dígitos em Marco alemão, hoje em dia o terminal e o ISOBUS já estão inclusos como standard no trator", explica o Dr Patrick Ole Noack.
A Agricultura de Precisão pode ser um meio para aumentar a eficiência, não somente no setor de fertilização, mas também no setor de pulverização com um sistema de detecção de ervas. Um passo a diante seria a pulverização por meio de mapas de aplicação como uma verificação online prévia sendo liberada por uma autoridade responsável. Isso iria necessitar de leis legíveis por máquinas. O problema é: a maior parte não poderá ser exibida de forma lógica.
"Na agricultura, as possibilidades digitais serão utilizadas com diferente intensidade", o Dr Patrick Ole Noack descreveu essa experiência. "Controle de seção, sistemas de direção automáticos e software de gerenciamento de estabelecimentos agrícolas já são muito comuns, mas fertilização específica do local e mapeamento de rendimento, nem tanto. A criação de mapas de aplicação para uso prático ainda é um desafio."
"A digitalização faz sentido?", foi a pergunta de abertura. A resposta do Dr. Patrick Ole Noack foi: „Sim e não. A digitalização não faz mágica, mas é uma grande caixa de ferramentas. Porém, as ferramentas individuais não são adequadas para todos os estabelecimentos agrícolas, todas as culturas e todos os funcionários. A combinação adequada poderá aumentar a eficiência e o lucro. A combinação inadequada, no entanto, aumentará os custos e a carga de trabalho. Porém, se uma das ferramentas digitais reduzir a carga de trabalho dos agricultores, reduzir custos ou aumentar o rendimento, então seu uso deverá ser considerado."

O solo é o principal

Max Stürzer, agricultor na Gut Schwaige, junto com sua esposa e suas duas filhas possui um estabelecimento agrícola de 350 hectares em Starnberg na Bavária. O seu maior desafio é o alto índice de lodo em seu solo, além de um alto índice anual de volume de chuva de até 1.000 mm/m2. É por isso que eles ficam temerosos quando é necessário realizar diversas passagens. Por outro lado, em alguns de seus campos, o subsolo é constituído apenas de seixo. Devido a essas condições diferentes, o agricultor desde cedo era fascinado pela agricultura específica do local. Ele teve seu primeiro mapa de rendimento preparado em 1998. Mas a euforia inicial deu lugar à desilusão. Pois, devido à dependência do volume de chuva, os rendimentos variavam ano após ano. "Mas, para mim, os mapas de rendimento ainda são uma ferramenta importante para analisar decisões sobre produção de culturas em retrospecto", diz Max Stürzer. "Eu me sinto melhor se o que eu faço é certo ou errado e quando eu posso descobrir como é a minha avaliação. Eu geralmente penso sobre isso - mesmo quando estou dirigindo o meu trator. É assim que eu posso evoluir como um agricultor de campos aráveis. "E ele aprendeu algo importante sobre os mapas de rendimento:  O solo é o mais importante de tudo. Esse é o motivo pelo qual, como próximo passo, ele examinou o solo através da medição da condutividade. Isso permitiu uma análise exata do campo inteiro. A importância da amostra habitual do composto é, em sua opinião, muito limitada. Baseado nesses resultados, ele preparou os mapas das sementes. Ele não queria simplesmente reduzir o esforço em partes de baixo rendimento do campo, mas encontrar a razão. Somente se ele souber a razão, será aceitável reduzir o esforço, se necessário. Sendo assim, o agricultor utilizará amostras específicas de solo a partir de partes individuais do campo.

No geral, Max Stürzer é um fã de sementes pequenas. Por meio de mapas de sementes, ele foi capaz de adaptar a quantidade de semente às condições de solo. Para maior conveniência, ele trabalhou com fatores. Ele também usou essa informação para a primeira fertilização.

O computador não pode tomar decisões por mim.

Mas por muito tempo, isso foi tudo o que ele fez. Isso se deu, pois o tópico foi pouco tratado de um ponto de vista científico. "Então eu mapeei os rendimentos, mas pus a estratégia na prática de maneira consistente", o agricultor admite. "Foi a introdução do GPS que abriu novas oportunidades. Como a minha esposa é norte-americana, eu tenho alguns contatos por lá e rapidamente eu entrei em contato com o tópico "Direção automática". No começo, eu achei que era muito caro para mim, mas em 2008 eu comecei a usá-lo. A precisào de +/- 20 cm era aceitável no começo, mas quando você começa a utilizar esse tipo de ferramenta, os seus padrões também são elevados. Em 2010, eu comprei a minha própria estação RTK, e eu trabalho com o controle de seções. O planejamento da pista é consequentemente manuseado. O problema da máquina é a combinação, por causa do seu alto peso. Em condições molhadas, a campactação pode sempre ser encontrada nos mesmos pontos. No entanto, eu não forço todas as máquinas em um sistema uniforme de trilhas. Eu posso dirigir nas trilhas secas de manhã e mais à tarde, quando o solo secou, nos pontos mais molhados." Trabalhar com linha A-B provou ser problemático no estabelecimento agrícola de Stürzer. O nome correto por si só já causa problemas. No caso de trilhas fixas, os limites do campo são sempre os mesmos, eles não se "movem". Essa é uma vantagem se houver um problema com raízes de grama já que elas se movem a partir de limites de campo pouco claros.
"Anteriormente, eu arei o mais próximo possível de todas as raízes de árvores", lembra Max Stürzer. "Além do fato de que, hoje, eu não realizo mais a aragem, o mapeamento de rendimento me ajudou a perceber que era nesses locais que a quantidade de agentes fertilizantes e de pulverizadores era maior, os rendimentos, no entanto, foram muito baixos.  Isso me fez planejar meus campos de tal forma que eu posso cultivá-los do modo mais econômico possível. Sendo assim, eu deixei de lado cantos fechados e as partes dos limites do campo em que era difícil dirigir.
Max Stürzer é um dos pioneiros no setor de Agricultura de Precisão. Mas em sua opinião, ferramentas sólidas, assim como experiência agrônoma são a chave para o sucesso. "O computador não tomar decisões por mim", disse o agricultor. "E eu não preciso de um indicador de área para saber a história dos meus campos. Nossa base mais importante é o solo. E o cheiro da terra é o suficiente para saber se ela está ok ou não." O seu resumo após 20 anos de Agricultura de Precisão prática: "Novas vassouras varrem melhor- mas as velhas conhecem todos os cantos."

A prática é geralmente uma desilusão

Karl-Heinz Mann trabalha como consultor para a LBB, um estabelecimento de negócios agrícolas e uma empresa de consultoria em Göttingen. Ele realiza extensivas comparações de estabelecimentos agrícolas para seus cliente, e, sendo assim, possui seus próprios dados para consultas. "Quais são as vantagens da digitalização para um estabelecimento agrícola arável a partir do ponto de vista de um consultor?" foi a sua pergunta. Primeiramente, os objetivos gerais da agricultura são: o melhoramento dos rendimentos naturais, a economia de materiais de operação, a economia de custos com mão-de-obra (salários, trabalho, custos com máquinas, depreciação, juros, combustivel, reparos...) assim como um impacto reduzido no meio ambiente, uma vez que pode ser alcançado, por exemplo, no setor de pulverização reduzindo o desvio e entrada de água ou o índice de aplicação no geral.

"Na prática, não há ligação entre o resultado de operação e a afinidade do gerente do estabelecimento em relação à digitalização", disse o consultor. "No entanto, não há argumentos contra a digitalização em geral - somente os fatores que são diferentes. E há outros problemas no estabelecimento agrícola."
Com relação ao equipamento e à implementação prática, as experiências de Karl-Heinz Mann são parecidas com as experiências do Dr Patrick Ole Noack: Já existe um sistema de GPS em grande parte dos tratores e combinados, 95% de seus clientes usam ele e 40% deles até possuem suas próprias estações RTK. Os mapas de nutrientes também são bastante comuns (aproximadamente 70%). A maioria são baseados em uma rede de amostragem de 3 ha. No entanto, somente cerca de 45% dos estabelecimentos agrícolas usam eles para a fertilização. A fertilização básica quase nunca é realizada com mapas. Somente 10% da fertilização orgânica é realizada de modo a se adequar às condições do local.
No setor de pulverização, é muito diferente, de acordo com Karl-Heinz Mann. Todos os seus clientes trabalham com o controle de seção, cerca de 90% usam gerenciamento de cabeceiras, bem como troca individual de bicos ou grupos. Estabilizadores e fungicidas de colmo, no entanto, dificilmente são aplicados de uma maneira específica do local, herbicidas tão pouco.
As expectativas de digitalização são muito altas dentre estabelecimentos agrícolas que já trabalham com essa tecnologia. Isso é especialmente verdade para o plantio. De acordo com o consultor, na prática, um benefício de 50 a 60 € por hectare é realístico.  Os estabelecimentos agrícolas que ainda não foram digitalizados estimam que o benefício é consideravelmente menor.
"Porém, o sistema está longe de funcionar de maneira suave", Karl-Heinz Mann aprendeu com suas pesquisas. "Os agricultores reclamam principalmente sobre problemas com a interface, mas também sobre os altos custos da tecnologia e software, falta de rastreabilidade dos resultados e o tempo que se gasta nele.".
"A tecnologia digital pode nos ajudar em muitos aspectos", Karl-Heinz Mann está convencido. "Trilhas fixas e controle de tráfego para conservar o solo são vantajosos especialmente nos setores de fertilização e pulverização. Para o preparo é mais difícil por em prática. O gerenciamento de cabeceiras e o controle de seção sempre fazem sentido e os agricultores já os utilizaram em larga escala. O plantio específico ao local faz sentido principalmente em campos não homogêneos (ver o discurso de Mr Stürzer), preparo específico do local, muito menos."

A tecnologia digital pode nos ajudar em muitos aspectos.

O especialista recomenda uma fertilização básica onde a quantidade é calculada de acordo com o resultado da amostra em relação ao tipo de solo. Mais fertilizante poderia ser aplicado em áreas pouco supridas, enquanto que em área com boas condições, você poderá utilizar menos fertilizante. Sendo assim, os custos com fertilização permanecem os mesmos. Após 12 anos de estabilização de rendimento e aumento de rendimento, um acompanhamento é necessário. Se for ideal adaptar a fertilizaçào básica baseada no suprimento do solo, você deverá fazê-la em grandes campos de modo específico ao local. "Apesar de fertilização específica ao local ser muito comum, é difícil perceber o quanto ela é benéfica", diz Karl-Heinz Mann. "Porém ainda falta um sistema de teste. Cerca de 10 a 30 kg N por hectare é economizado. Um efeito positivo: grãos acamados podem ser evitados. O sensor N funcioina bem na prática e vale a pena em campos grandes e não homogêneos. É muito difícil aplicar fertilizantes orgânicos de modo específico ao local, uma vez que os substratos não são homogêneos. A tecnologia NIRS pode ser muito interessante nesse caso."
O consultor tem uma opinião diferente sobre um maior uso de ferramentas digitais. Ele disse: "O reconhecimento automático de ervas e ervas gramíneas ainda está longe, mas provavelmente possui um grande potencial. Para fungicidas, é difícil adaptar a quantidade, devido a possíveis resistências. As possibilidades digitais para controlar máquinas são positivas em relação ao custo-benefício. Elas geralmente se pagam e a otimizaçào, no geral, funciona bem. O gerenciamento do parque de máquinas, no entanto, só vale a pena para estabelecimentos muito grande ou empreiteiros. Há um grande potencial de gerenciamento de mão-de-obra nos setores almoxarifados e depósitos de materiais. Os custos com contabilidade, gerenciamento de índice de área, sistema de aplicação, gerenciamento de barracões e a economia de dados são proporcionalmente altos. A porcentagem de custos de produção, em média, chega a 22%. Essa é uma abordagem para estratégias reais de resolução de problemas sem brincadeira."
Karl-Heinz Mann está convencido de que apesar das grandes promessas dos fornecedores e dos políticos em relação às possibilidades de digitalização, a vida cotidiana é geralmente uma desilusão. Os custos e o tempo gastos nela são muito altos. "No entanto, esses sistemas podem ajudar a otimizar os processos. Mas eles nunca irão substituir um gerenciamento competente de equipe e uma organização efetiva realizada pelo gerente do estabelecimento agrícola. Não faz sentido coletar dados se eles não serõ utilizados de maneira razoável. Ferramentas digitais deverão ser somente utilizadas para ajuda e não deverào causar estresse no gerente de produção ou do estabelecimento agrícola, prendendo-os no escritório. Somente os gerentes de estabelecimentos agrícolas terão sucesso se utilizarem as possibilidades digitais de maneira sensata. Gerentes de estabelecimentos agrícolas bem-sucedidos em agricultura arável devem passar a maior parte de seu tempo no campo e não no escritório", resumiu Karl-Heinz Mann.

Evento social

Na véspera do seminário da HORSCH, um evento social ocorreu no centro de treinamento FIT em Sitzenhof. O serviço de buffet aconteceu no melhor estilo country: comida caseira e cerveja de trigo. Tudo isso em contraste com o discurso do coach motivacional sobre o tópico "Você não irá ser recompensando por começar, mas por se manter no caminho". Ele disse ao público sobre a vez que ele passou um tempo em um monastério Shaolin na China. O dia começou com uma corrida de 21 km como exercício matinal à 1.30 da manhã, no total, ele treinou 17 horas ao dia. De acordo com Marc Gassert, há dois tipos de disciplina: a disciplina controlada de dentro e a disciplina controlada de fora. "Para criar algo grande, você precisa de disciplina de dentro", o coach disse. Além disso, o homem possui três forças principais: o impulso biológico, valores e força de vontade. O dinheiro não é necessariamente um motivador. Marc Gassert ilustra essa idéia com uma demonstração: Ele prometeu à uma pessoa do público 25€ se a pessoa se mantivesse em uma posição agachada com as pernas abertas. O homem confirmou que durante o exercício, ele não pensou no dinheiro, sua motivação era conseguir completar o desafio. O coach recomendou ao público sempre tomar suas decisões o mais rápido possível, pois: "Quanto mais decisões um homem precisa tomar, mais cedo sua energia é usada." Um balanço positivo é importante para evitar o estresse. E geralmente ajuda a parar de reclamar. E, em primeiro lugar e o mais importante: O homem precisa de uma função a qual ele precisa se concentrar e que ele considera gratificante.