Home » 10ª edição 2023 » Insights da empresa » Solus – O método de plantio do futuro? Potenciais e limites (Philipp Horsch)

Solus – O método de plantio do futuro? Potenciais e limites

Os assuntos do futuro no setor de semeadura estão centrados principalmente na precisão da disposição de sementes da deposição de sementes. A HORSCH está trabalhando em uma nova semeadora que deve atender aos requisitos atuais e futuros. Philipp Horsch explica os potenciais e os recursos especiais da nova semeadora Solus e onde estão os seus limites.

Um dos assuntos do futuro que tem um papel central no setor de semeadura é a precisão, ou seja, a profundidade, a área de lançamento e a deposição da semente. A HORSCH está tratando e aprimorando intensivamente esses aspectos há vários anos. Nesses anos, um nível de precisão cada vez melhor de sementes de cereais e de canola foi alcançado com tecnologia de deposição em disco. Com o passar do tempo, surgiram novos desafios, como as metas de redução do uso de produtos químicos na pulverização, a descontinuação de ingredientes ativos ou as condições climáticas gerais em mudança, aspectos contra os quais precisamos reagir. 
"A tecnologia de abertura de suco mais precisa que temos a disposição hoje é a linha Maestro", resume Philipp Horsch. A precisão provém da combinação de dois discos com controle lateral de profundidade no local onde a semente é colocada. "Conseguimos manter a profundidade melhor e mais constante se duas rodas de controle rolarem não atrás da linha uniforme, mas diretamente no disco de sementes", ele explica o princípio. Além disso, o efeito de consolidação regular das rodas de controle lateral de profundidade à esquerda, à direita e abaixo do sulco de sementes cria uma zona de germinação perfeita e homogênea para a semente. Isso e o controle melhor da profundidade são dois fatores essenciais para a emergência segura e uniforme regular que conhecemos das semeadoras de milho. 
Para aproveitar a precisão de uma unidade de grãos únicos, é necessário maior espaçamento entre as linhas. Com a Pronto DC, espaçamentos de 15 cm foram implementados. "Mas para semeadura próxima com unidades de grãos únicos, lidamos com espaçamento entre linhas de no mínimo 22,5 cm. As experiências dos últimos anos mostraram que um maior espaçamento entre fileiras funciona em muitas regiões, do ponto de vista agronômico, e que os rendimentos não diminuem. Nesse ponto, incorporamos muito conhecimento", explica Philipp Horsch.

Início

Já há 17 anos, a HORSCH começou a lidar de modo mais intensivo com o tema da singulação. O primeiro sistema construído na época era um sistema de sobre alta pressão com uma linha de disparo flexível e um disco perfurado. O objetivo era singular e semear pequenas sementes, como cereais e canola, além de sementes tradicionais de linhas como milho, soja, beterrabas e girassóis. Foi quando a HORSCH começou a trabalhar com sistemas de disparo e de pressão. 
"Contudo, durante o processo de desenvolvimento, decidimos introduzir um sistema mecânico somente para singulação de milho e girassóis, que, naquele momento, eram comprados de um fabricante americano", Philipp Horsch descreve o percurso de desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, a HORSCH começou a desenvolver e a lançar o SingularSystem. O núcleo do desenvolvimento é um dispositivo de dosagem que usa força centrífuga para singular cereais, especialmente canola e trigo, com uma frequência alta. Para garantir a posição ideal da semente, a bem comprovado sistema de discos duplos TurboDisc foi ampliada com um tubo condutor, um trilho e uma roda fixadora. "Reunimos muita experiência no SingularSystem que agora aproveitamos em nosso novo projeto. Estamos trabalhando especialmente na tecnologia de discos para que sejamos menos dependentes de condições perfeitas de solo."
A próxima grande etapa foi o desenvolvimento do dispositivo de dosagem de grãos únicos atual. A HORSCH desenvolveu um dispositivo de dosagem a vácuo e sobrepressão com uma base tecnicamente muito semelhante. As tecnologias AirVac e AirSpeed se baseiam na ideia de concretizar a máxima precisão com esforços de ajuste muito baixos de um lado, e a flexibilidade mais alta possível em relação a culturas, de outro.
"Hoje conseguimos dosar todos as culturas de grãos atuais com máxima precisão, além de canola, trigo, centeio e cevada", Philipp Horsch especifica o sucesso. "Contudo, devido aos tamanhos consideravelmente maiores das sementes, só o sistema de dosagem AirSpeed faz sentido para as últimas culturas. A alta pressão permite transportar quantidades de grãos significativamente mais altas de modo preciso no sulco de sementes."

Primeiros testes

Há cerca de quatro anos, a HORSCH realizou os primeiros testes com o dispositivo de dosagem AirSpeed na Avatar. A empresa já tinha muita experiência com a faixa de espaçamento entre linhas de 25 cm, mas com um sistema de abertura de suco de disco único. A desilusão não demorou a chegar: Não era possível depositar os grãos de modo preciso o bastante por trás do sistema de disco único, pois o sulco não era suficientemente homogêneo.
O motivo era que havia um disco de um lado e um trilho do outro. Assim, não era possível disparar os grãos de modo preciso o bastante bem no meio do suco, abaixo da roda fixadora. 

A HORSCH não ficou satisfeita e fez ainda mais esforços nessa direção. "Já naquela época, começamos a desenvolver uma linha de plantio estreita de sementes para milho e grãos de soja para o mercado chinês", declara Philipp Horsch. "Uma unidade estreita possibilitou espaçamento entre linhas menor do que 25 cm. Isso tem sido usado como padrão na China desde 2019".

Sustentabilidade

A próxima etapa foi posicionar o dispositivo de dosagem AirSpeed na linha estreita da Maestro e construir uma máquina com espaçamento de disco de 22,5 cm. "Isso segue uma lógica, décadas de lógica. Novos tópicos complementares constantemente impulsionam toda a questão", diz Philipp Horsch. A linha larga com plantas desenvolvidas de forma homogênea e distribuição mais regular das plantas na área de deposição na linha pode ser útil para vários tópicos futuros ao mesmo tempo. 
Entre outros, o controle mecânico de ervas daninhas. Com linhas mais largas, o espaço entre elas é mais fácil de capinar. A proporção de linhas por metro na largura de trabalho é menor e, assim, não é possível capinar a área hoje. Se, no futuro, quiser capinar a linha, você poderá fazê-lo com mais facilidade de um ponto de vista técnico, considerando que os espaçamentos entre plantas são regulares e o respectivo espaço entre as plantas pode ser previsto com máxima probabilidade. A tecnologia de câmeras e a IA podem, desse modo, fornecer resultados significativamente melhores.
Uma aeração melhor das linhas e períodos menores de folhas úmidas permitem obter populações de plantas mais saudáveis – um ponto essencial para a redução do uso de produtos químicos.
Também há a opção de suprimento nutricional mais preciso para a planta. Além disso, a faixa de aplicação de herbicidas envolve ainda mais potencial de redução de medidas de cuidado do cultivo com produtos químicos.
Em suma, é claro que sempre se trata do uso inteligente de reservas de rendimento na agricultura. 
Se conseguirmos estabelecer populações com boa distribuição espacial, certamente será outra chave para rendimentos mais altos e estáveis.
"No último verão, começamos a fazer os primeiros testes de semeadura em área total na Alemanha", explica Philipp Horsch. Os primeiros testes com uma ferramenta de acoplamento no terceiro ponto e 6 m foram muito promissores. "A nova linha linha de sementes funciona. Claro, alguns ajustes serão necessários, mas basicamente funciona", confirma Philipp Horsch.

Solus – máquina de grande área

O nome do novo produto de grande área da HORSCH é Solus. "Com essa máquina, queremos atender às necessidades dos agricultores", explica Philipp Horsch. No momento, um protótipo da Solus com 10,6 m de largura e 47 linhas está sendo construído. No outono desse ano, devem ser realizados os primeiros testes com semeadura de trigo, canola, centeio e cevada. Feijões e beterrabas serão testados na próxima primavera. Com base na experiência reunida nesses testes, a HORSCH decidirá como proceder com a linha e o que precisará ser linhas. 
Combinando barra de plantio estreita e o dispositivo de dosagem AirSpeed, a HORSCH está trilhando um novo caminho que se baseia nas experiências e nos componentes dos últimos anos. As questões centrais são: confirmar se o método tem o que é necessário para virar uma nova tendência em semeadura, quais são os limites da máquina e para quais situações ela é adequada.
"Estamos lidando intensivamente com essas questões", explica Philipp Horsch. "Sempre temos que questionar tudo de maneira crítica", ressalta. A semeadura tardia em solos úmidos, por exemplo, pode ser uma restrição desse método. Sempre haverá situações em que a unidade de semente controlada por paralelogramo atingirá seus limites.

Potenciais e limites

Em certas regiões e condições cultiváveis, a máquina funcionará muito bem, em outras, nem tanto. Por conta do peso da Solus, regiões úmidas são particularmente desafiadoras. Em bons momentos, será possível trabalhar de modo altamente preciso, mas também haverá momento em que uma alternativa será necessária. "Na verdade, até mesmo as máquinas que já temos hoje às vezes são pesadas demais", acrescenta Philipp Horsch.

Por outro lado, ele vê grande potencial em áreas secas. Com a linha Solus, a profundidade da semeadura, por exemplo, pode ser regulada com mais facilidade do que com a Pronto. É uma grande vantagem, especialmente em vistas do futuro e das condições climáticas em mudança. Isso garante o uso ideal de recursos como água ou nutrientes.
Falta descobrir quais mercados serão adequados para a linha Solus. "Conhecemos os potenciais. E conhecemos os limites", explica Philipp Horsch. "Não podemos ser ingênuos e afirmar que essa máquina é igualmente adequada para todas as regiões e condições. Mas temos que levar em consideração as condições e os requisitos específicos das respectivas regiões."
No entanto, ele tem convicção de que a Solus e a combinação de semeadura estreita e sistema de AirSpeed tem potencial de se tornar uma "maneira importante de semeadura no futuro". Especialmente tendo em mente as condições gerais em constante mudança. Mas reagir à volatilidade continuará sendo um desafio.
Em novembro, na Agritechnica deste ano, o sistema de plantio com espaçamento reduzido e as vantagens do dispositivo de dosagem AirSpeed com base nos vários anos de experiência e desenvolvimento, será apresentado no estande da HORSCH.